domingo, 6 de junho de 2010

O que seria das diferenças se fossemos todos iguais

Estes dias fiquei pensando, que chato não poder mais chamar aquele amigo de negão, ou o cara da feira de japa, o loirinho de galego e me deparei com um questionamento atroz- onde moram as diferenças? Somente no fato de não sermos todos iguais?

Já pensou se Hitler houvesse conseguido aprimorar mesmo a raça ariana a ponto de sermos todos loirinhos de olhos azuis? Ele seria o primeiro a dançar não é mesmo?

Gente que loucura, por falta do que fazer essa turma reacionária inventa mais um problema universal para quebrarmos nossas já tão lesadas cabecinhas.

Quando gostamos de alguém e temos respeito por esta pessoa, não nos importamos (claro nós pessoas ditas normais) se são roxas, vermelhas, laranjas etc. O que importa para as pessoas corretas e de caráter é que o outro seja neste aspecto seu igual. Lutar é imprescindível na vida do indivíduo em busca de sua liberdade de expressão, estão incluídos ai o modo de vestir, de se expressar, seu gosto musical, seus filmes preferidos, seus livros especiais. Nesta liberdade de ação e expressão é que reside o conceito da igualdade social, ou seja, o acesso à informação, a cultura, ao trabalho. Como levantar barreiras anti-racistas em um pais onde nem ao menos temos acesso à literatura que nos explique toda a nossa miscigenação de raças, e também que somos todos da mesma espécie, gênero em todos os graus.

Partindo do princípio que somos seres humanos, então não devemos comparar raças, isso é coisa pra cachorro ou gatos e mesmo eles se reconhecem como gênero, ou seja, felino ou canino.

Esta soberba do ser humano se autodefinir por isso ou aquilo deveria ser sim aplicado no sentido do caráter, na capacidade de amar as pessoas, de ter sentimentos verdadeiros com relação às tristezas e infelicidades de seus iguais. Se entrincheirar em dogmas ultrapassados de separações por classes já nos levou a muitas catástrofes, em tempos de globalização já era hora de uma nova ordem, a ordem dos que lutam pela preservação do nosso planeta. Aliás, o que nos dá o direito de nos autoproclamarmos os donos do mund?

Seriam minhas idéias utópicas? Sei que muitas vezes falamos coisas da boca pra fora, não adianta lutarmos por igualdade quando em nosso íntimo discriminamos um morador de rua, ignorando este estado final de abandono como se não fizesse parte de nossa tão aclamada raça.

A intolerância é o grande mal que sempre nos acompanhou. Para sermos aceitos, às vezes, discriminamos e nem ficamos vermelhos por isso, a hipocrisia segrega silenciosamente. Não sejamos hipócritas, temos defeitos, e muitos, então vamos lutar por nós, sejamos brancos, negros, amarelos, mestiços ou o escambal a quatro, lutemos para conseguirmos lá no íntimos, sem demagogia, dizer a nós mesmos que não temos preconceito. Eu estou começando a trilhar este caminho, é árduo, pois trazemos em nossos genes toda esta história de segregação e preconceito desde nossos ancestrais, mas se formos sinceros com nós mesmos quem sabe um dia nossos filhos não recebam esta herança tão nefasta e possam sem culpa chamar seus amigos de negão, de japa, galego.........

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