Iluminismo confronto com a fé
No
iluminismo tem inicio uma crítica ao fenômeno religioso, porém, como critica na
forma como o conhecimento de deus era transmitido, mas de forma transcendente
baseada na fé e não racional. Filósofos como Voltaire diziam que as religiões
positivas são acúmulos de superstições o que acaba tornando o homem fanático.
Ao mesmo tempo Pascal evolui na contramão das teses iluministas, segundo ele é
preciso deixar intactas as verdades reveladas e fazer progredir as verdades
humanas, o coração e não a razão é que sente Deus.
Com o advento do empirismo o eixo da
reflexão filosófica é deslocado do ser para o conhecimento. Hume defende a
irracionalidade da religião, assume uma atitude cética de contestação de todas
as provas da existência de Deus.
Na idade moderna Fuerbach, Marx,
Nietzsche e Freud vão negar Deus para buscar a libertação humana. Para Fuerbach
a teologia será considerada a autentica antropologia, o eixo da reflexão
filosófica se desloca de Deus para o se humano.
Nietzsche e a morte de Deus
Para Nietzsche a expressão ¨Deus
está morto¨ é a critica a uma postura rígida sobre a verdade que aliena o ser
humano, ele tenta desconstruir certas imagens divinas, como, por exemplo, a do
bom e todo poderoso, manipuladas por aqueles que supostamente falam em seu
nome.
Segundo De Lubac, Nietzsche via no cristianismo
o contrário do esplendor da cultura grega para a qual a terra, os desejos e as
paixões ditavam o ritmo da vida. Ele percebe no cristianismo sintomas de
fraqueza e de impotência. Os conceitos morais cristãos teriam sido construídos
linguisticamente pelo ser humano escravo, por isso, a sua critica a moral
cristã é igualmente uma crítica antropológica.
O verdadeiro cristianismo teria
morrido na cruz com o seu fundador. A critica de Nietzsche não recai sobre a
pessoa de Jesus, não é ele que deve ser desconstruído pelo ¨martelo¨de seu
pensar filosófico, mas sim o desenvolvimento histórico e conceitual do
cristianismo.
A critica de Nietzsche é à pretensão
do intelecto humano querer penetrar as verdades últimas que dizem respeito ao
ser humano e a realidade, esquecendo-se de que o sagrado é aquilo que escapa a
toda tentativa de redução racional através da linguagem.
A morte de Deus significa necessariamente a morte da Teologia, ou de uma certa maneira de fazer teologia?
A sociedade pós-moderna não é antirreligiosa.
O retorno do sagrado configurado em diversas formas religiosas demonstra o
caráter religioso da sociedade. Trata-se, no entanto, de uma religiosidade na
qual uma religião não pode exigir o título de verdadeira ou colocar-se como
único caminho de salvação. O pensamento pós-moderno desafia a teologia a pensar
em Deus como um conceito inacabado.
O pensamento pós-moderno não rejeita
Deus ou a religião enquanto objeto de estudo, como assunto da ciência, mas para
a chamada ciência moderna Deus e a religião não são mais assuntos teológicos e
sim antropológicos.
O anuncio da morte de Deus não
significa necessariamente o fim da teologia, talvez de certa forma de teologia
cuja crise foi anunciada pela crise do próprio pensamento ocidental fundamentado
na metafísica essencialista.
Teologia hoje
O teólogo hoje, a meu ver, está
assumindo com humildade e desprendimento o fato de que não é dono absoluto da
verdade, querer falar do absoluto de forma absoluta é uma contradição. Cada vez
mais a teologia busca abertura no relacionamento com as outras religiões. Ela
procura estar mais próxima do crente cultivando sua fé no que é real, no que o
leva a sua crença e ao seu amor a Deus de forma direta como um amigo fala a
outro amigo e não mais na linguagem do pai todo poderoso ao seu filho.
Conclusão
Um longo caminho foi percorrido pelo cristianismo. Construído sobre as bases sólidas dos ensinamentos de um homem excepcional, Jesus Cristo. Foi disseminado e traduzido posteriormente através de verdades absolutas como revelações de fé. Teve seu apogeu na idade média onde controlava pessoas e reinos e foi em seu nome que se cometeram grandes atrocidades o que acarretou um período de grandes criticas no Iluminismo que desencadearam a perda de sua hegemonia e credibilidade.
Com
a modernidade a afirmação de que a fé escravizava o homem e o mantinha preso às
convenções e a uma ética dos poderosos para manter o poder deus é morto por
Nietzsche, mas não o deus original e sim o engendrado, formatado nos dogmas da
Igreja um deus intolerante em nome do qual se cometeram e se cometem as maiores
atrocidades do homem contra ele mesmo e a natureza.
Neste
momento mais do que nunca acredito que a humanidade tem seu coração aberto para
esse reencontro. Todos os mistérios permanecem pelo menos aqueles que ainda estão
sem solução. De qualquer maneira continuaremos em busca desse ser superior,
pois nosso objetivo afinal é conseguirmos atingir a plenitude, o ser mais
perfeito que possamos ser e é o máximo que podemos almejar.
Referências
ABASTOS,
Jairo da Mota. Filosofia da Religião.
Batatais, SP : Claretiano, 2013. 183p.
HORTAL,
S.J. As tarefas atuais da teologia.
Disponível em:
Acesso
em 15mai2018
SALLES,
Valter Pereira, Deus está morto?
Nietzsche e o fim da teologia. Faculdade de teologia . PUC Campinas.
Disponível em:
ecsso
em 14mai2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sinta-se a vontade a casa é sua...